Medo

E ele se esconde.
Tal qual encontra uma pilastra
para disfarçar sua grandeza.
Domados, cedemos
e nos fazemos títeres:
de quanto mais conhecemos
mais escravos somos!
Quisera aquela época
quando a sabedoria não me tocava
e era simples veículo
do intocável.
Nunca havia visto tal pilastra
e vivia sorrindo pelos cantos.
Olha cá como estou agora!
Tremendo bambo nas pernas,
sorrindo de meio-lado,
falando de sorte,
falando de morte...
E ele se esconde.
Mas a pilastra é fina demais
eu o vejo nas entreformas.
Tento me esconder também,
mas sou de carne e osso,
não adianta esconderijo.
Esqueço da pilastra
que já está impressa no inconsciente;
ando pra lá e pra cá,
impaciente.
O que está atrás dela é a incerteza
que me persegue,
mas prefiro não saber
porque algo me rege.
Algo forte e estranho...
olha eu cá acolhido!
Com estes olhos chorosos,
com estas lágrimas verdadeiras.
E ele se esconde.
Não porque teme,
simplesmente por ser oculto.
O que me atinje é que lá está ela
imóvel, intacta, impassível,
a pilastra que guarda o meu medo.
3 Comments:
Hum... eu tenho a impressão, que é quase uma certeza minha, que quanto mais crescemos (envelhecemos) mais medos temos, medo do que hoje somos, do que podemos ou não nos tornar, do próximo passo, e do outro... E saudade do tempo pueril, em que devido ao pequeno tamanho nos sobrava a coragem.
E o medo impede, aprisiona, mutila, cala e cega de tal maneira que esquecemos o que nos norteia, se é que algum dia soubemos.
P.S.: Não vi aquele sorriso hehe... da próxima vez não passa!
Beijinhos pra você. Hum... e eu gosto um bocado de você.
às vezes tenho vontade de conformar minha cabeça p'ra esquecer esta pilastra maldita. Não consigo, não dá...
krak vc como sempre se superando, ultimamente estou sem a minima vontade de escrever... + vou fazer o possivel pra manter meus pensamentos nos papeis... abraçaum kra...
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